Marina diz que suspeita é que incêndios em SP são parte de “novo dia do fogo”.

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Após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Insituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), neste domingo, em Brasília, a ministra de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, disse que há forte suspeita de que os incêndios em São Paulo fazem parte de uma nova articulação de “um novo dia do fogo”, como ocorreu na Amazônia em 2019 e no Pantanal.

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Esse “dia do fogo” é uma combinação feita entre criminosos que aproveitam o longo período de estiagem para atear fogo no mato de forma coordenada. Marina Silva se referiu ao que foi registrado em agosto de 2019 no Pará. Após os incêndios, cuja fumaça chegou a encobrir São Paulo, a polícia descobriu que houve combinação, por meio de redes sociais, para incêndios florestais concomitantes nos municípios de Altamira e Novo Progresso. O mesmo procedimento, segundo a ministra, estaria ocorrendo no Pantanal

A reunião foi chamada por Lula em caráter extraordinário, assim que o presidente retornou de São Paulo. Ele pousou na capital sob um cenário de intensa fumaça que, de acordo com o corpo de bombeiros de Brasília, pode ser consequência de intensos incêndios em outras áreas. Lula informou aos ministros e autoridades ambientais presentes, que participará de todas as reuniões ordinárias da sala de situação que já foi instalada e que se reúne semanalmente há um mês no Palácio do Planalto.

O presidente ainda cobrou puniçao dos responsáveis: Lula também cobrou punição dos responsáveis. “É importante que a gente tenha uma atuação séria na área da Justiça e na área da polícia para a gente começar a punir as pessoas que estão propagando fogo. Porque se ele propagasse fogo e causasse problema só para ele, tudo bem, ele quem propagou; mas, quando a fumaça ocupa o território nacional, como está ocupando agora, causando problema de saúde, essas pessoas têm que ser julgadas, têm que ser punidas por irresponsabilidade”, disse Lula, no encontro.

Marina, por sua vez, disse que técnicos dos órgãos governamentais estão trabalhando para identificar a origem da fumaça, analizando as correntes de ar, mas que há sim suspeitas de que a fumaça tenha vindo das regiões que passaram por grandes incêndios, isso somado focos que também ocorreram no entorno da capital.

“Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários município queimando ao mesmo tempo, isso não faz parte da nossa curva de experiência em tantos anos de abordagem do fogo. Do mesmo jeito que nós tivemos o dia do fogo (na Amazônia e no Pantanal), há uma forte suspeita que agora esteja acontecendo de novo”, disse Marina, após a reunião.

“No caso do Pantanal, a gente já estava tendo a abertura de 10 frentes de incêndio por semana. No caso da Amazônia, nós identificamos o mesmo fenômeno e, em São Paulo, não natural, em hipótese alguma que, em poucos dias, você tenha tantas frentes de incêndios, envolvendo concomitantemente vários municípios”, explicou a ministra. “Quando se tratar de ação criminosa será punida com todo rigor que a lei nos oferece”, disse.

Marina disse também que no momento há intensas queimadas na Amazônia, no Pantanal, em São Paulo e na Bolívia. O país vizinho chegou a pedir ajuda ao Brasil para conter as chamas, só que não foi possível prover essa ajuda porque todos os esforços do governo estão empregados na contenção do fogo no território nacional e não estão sendo suficientes.

A sala de situação instalada no governo envolve o Ibama, ICMBio, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério da Defesa, Marinha e os Corpos de Bombeiros dos estados. Marina informou que os órgãos estaduais serão chamados para as reuniões, inclusive os governadores.

Inquéritos

Até o momento, estão em andamento 31 inquéritos para investigar os incêndios que atingem a Amazônia, o Pantanal e estado de São Paulo. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que 15 delegacias foram mobilizadas no interior de São Paulo para investigar as suspeitas e que dois inquéritos já foram instalados.

Todas as investigações estão sob coordenação da Diretoria de Amazônia e Meio Ambiente em Brasília. Os dois procedimentos têm o objetivo de investigar incêndio criminosos que afetaram inclusive o funcionamento de aeroportos

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