Ferramenta do novo smartphone do Google facilita criação de fotos falsas

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Desde que foi introduzida, no século 19, a fotografia foi associada à fidedignidade, ao registro objetivo da realidade. Claro, sempre houve montagens com diferentes graus de tosqueria, mas, mesmo na era pós-Photoshop, prevalecia a máxima de que “uma imagem vale mil palavras”. A inteligência artificial mudou esse cenário, e a tendência é só piorar. O Pixel 9, novo modelo de smartphone da Google, traz a ferramenta Reimagine, que usa a IA para inserir objetos em fotografias com precisão praticamente absoluta. Uma bomba numa estação de metrô, restos de um acidente de trânsito em uma rua… Qualquer coisa pode ser transformada em “realidade fotográfica”, mesmo que não corresponda aos fatos.

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O risco que isso implica é duplo. Por um lado, a proliferação de imagens falsas; por outro a insinuação de que fotos reais são forjadas com IA – como Donald Trump fez para desqualificar a multidão em um comício de Kamala Harris. Em reportagem da Wired, a equipe do Google alega que a ferramenta para que o usuário “registre a imagem como se lembra dela”. “Isso é verdade na lembrança e num contexto mais amplo, mesmo não autêntica naquele milissegundo em particular”, dizem. (The Verge)

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