Fede Álvarez e seu Alien do PSOL

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Quem ficou com medo de que a Disney arruinasse as franquias da FOX depois da sua compra já pode relaxar. Depois do sucesso de Deadpool x Wolverine e Reino do Planeta dos Macacos, a série Alien ganhou uma sequência à altura do primeiro filme.

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Alien: Romulus esquece totalmente a pataquada bilionário-cristã dos últimos dois filmes claudicantes e pomposos da franquia. Nada de “engenheiros” e cenários clean e naves com pianos de cauda. Sai o minimalismo de propaganda da Calvin Klein do britânico Ridley Scott e entra a sujeira e a luta de classes do uruguaio Fede Álvarez, que, mostrando a que veio, começou as filmagens fazendo uma parrilla gigante para toda a equipe.

Fede Álvarez já está consagrado como “rebooteiro” do cinema de terror, seja na Terra ou no espaço. Seu Evil Dead de 2013 traz cenas para Sam Raimi nenhum botar defeito. Alien Romulus volta ao básico e traz o que o filme original tinha de melhor: naves sujas com monitores de tubo (ou LCD imitando tubo), silêncio no espaço e um xenomorfo de plástico todo melequento, muito mais assustador que qualquer CGI.

Protagonistas adolescentes adequam o filme à demografia que ainda vai ao cinema e justificam a montanha-russa alucinante do terceiro ato, onde Cailee Spaeny (26 anos, mas com carinha de 16) luta contra dezenas de aliens, gosma ácida flutuante, portas enguiçadas, gravidez alienígena, meteoros, nave caindo e armas que precisam de um tempinho pra recarregar, tudo ao mesmo tempo.

Tem SciFi pra quem gosta de SciFi, ação pra quem gosta ação, terror pra quem gosta de terror. E quem gosta de crítica social? Tem também, com uma multiplanetária corporação que comanda colonos em regime análogo à escravidão como o grande vilão da história. O monstro cabeçudo tarado genocida é apenas uma metáfora para o capitalismo. Se você se encaixa em alguma dessas categorias, pode ir sem medo. Ou melhor, com medo.

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