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Morreu neste domingo na França, aos 88 anos, o ator Alain Delon, um dos maiores ícones do cinema mundial, astro de filmes como O Sol por Testemunha, O Leopardo e Rocco e seus Irmãos. Em um comunicado, os filhos disseram que o artista “morreu em paz em sua casa em Douchy, cercado da família”, mas não especificou a causa da morte. “Ele era mais que um astro. Era um monumento francês”, escreveu nas redes o presidente Emmanuel Macron.

Esse monumento era, porém, conturbado. Nascido em 1935 em um subúrbio de Paris, o jovem Alain foi expulso de diversas escolas até abandonar os estudos aos 14 anos para trabalhar como açougueiro. A fama de encrenqueiro o fez ser dispensando da Marinha em 1956, quando começou a atuar. Estreou no ano seguinte, fazendo uma ponta no thriller Uma Tal Condessa, de Yves Allégret. Sua beleza chamou a atenção e, já em 1958, conseguiu o primeiro papel principal em Cristina, ao lado de Romy Schneider, com quem teve um romance tórrido – o que só fez crescer sua fama de símbolo sexual.

Na década seguinte, enfileirou papéis de destaque e clássicos do cinema europeu, mas, a despeito do talento e de diversas tentativas, jamais conseguiu se consolidar nos Estados Unidos. Sua carreira sofreu um ligeiro abalo em 1968, quando veio a público sua amizade com um chefe do crime organizado, acusado de homicídio e extorsão. Continuou a atuar, mas em filmes de menor impacto, até anunciar a aposentadoria em 1997, interrompida apenas em 2008 para viver Júlio César em Asterix nos Jogos Olímpicos.

Sua vida amorosa foi tão intensa quando a artística. Além de Romy Schneider, teve casamentos e relacionamos com diversas celebridades. (Guardian)

Delon representou o ideal de beleza masculina de tal forma que acabou citado na Balada do Louco (Spotify), lançada pelos Mutantes em 1972. “Se eles são bonitos, sou Alain Delon”, cantou Arnaldo Baptista, autor da canção em parceria com Rita Lee. (g1)