Morre Sílvio Santos, ícone da TV brasileira

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A TV brasileira perdeu neste sábado uma de suas maiores referências com a morte em São Paulo, aos 93 anos, do apresentador e empresário Sílvio Santos, que comandou por seis décadas o programa dominical com seu nome e era dono do SBT. Segundo o Hospital Albert Einstein, onde ele estava internado desde o dia 1º deste mês, Sílvio morreu “às 4h50, em decorrência de broncopneumonia após infecção por influenza (H1N1)”.

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Apesar da profunda identidade com a capital paulista, Sílvio Santos era carioca, nascido Senor Abravanel em 12 de dezembro de 1930, na Lapa, centro do Rio, filho mais velho de uma família de imigrantes judeus. Trabalhou como camelô para custear o estudo de contabilidade em 1946, mesma época em que fez os primeiros trabalhos como locutor. Em 1954, mudou-se para São Paulo por conta de seu primeiro contrato de trabalho fixo, como locutor na emissora local da Rádio Nacional, convidado em seguida por Manuel da Nóbrega para ser animador em seu programa. Quatro anos depois, comprou do próprio Nóbrega o Baú da Felicidade, que vendia cestas de presentes de Natal e estava à beira da falência. Sílvio a transformou em uma empresa de utilidades domésticas, com carnês e sorteios de produtos na TV, dando início a um império empresarial.

Sua estreia na TV aconteceu também em 1958, apresentando o programa Hit Parade, na TV Paulista. Cinco anos depois, com a emissora comprada pela Globo, lançou o Programa Sílvio Santos, que redefiniu as tardes de domingo na TV. Em uma situação incomum, tornou-se também apresentador na TV Tupi.

Em 1975 venceu uma concorrência para operar o canal 11 do Rio, criando a TVS. No ano seguinte deixou a Globo e levou para nova emissora seu programa, exibido nacionalmente pela Tupi. Sílvio ganhou diversas conceções de TV em outras praças, o que lhe permitiu estabelecer em 1981 o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), dento seu programa como carro-chefe e uma programação popular.

Sílvio Santos tentou trocar a TV pela política em 1989 ao anunciar que seria candidato a presidente nas primeiras eleições diretas após a ditadura pelo hoje extinto Partido Municipalista Brasileiro (PMB). A notícia provocou apreensão na campanha de Fernando Collor de Mello, líder nas pesquisas e forte no eleitorado conservador que poderia migrar para o popular apresentador. Para alívio de Collor, porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou a candidatura a apenas seis dias da votação, alegando irregularidades no registro do partido.

As décadas seguintes foram de sucesso, mas também de problemas. Em 2001, sua filha Patrícia foi sequestrada e permaneceu uma semana no cativeiro. O sequestrador depois invadiu a casa de Sílvio e o tomou, mas uma vez com Patrícia, como refém, mas acabou se rendendo. Em 2010, foi descoberto um rombo bilionário no Banco Panamericano, uma de suas empresas, vendido no ano seguinte ao BTG Pactual.

Com a pandemia de covid-19, em 2020, seu programa exibiu reprises. Sílvio voltou a gravar em agosto de 2021, mas contraiu a doença e foi internado. Em abril de 2022, reassumiu o programa, mas em um ritmo mais leve, até passar o comando da atração e o nome para a filha Patrícia, em março do ano passado. (g1)

Confira imagens marcantes da carreira de Sílvio Santos. (Meio)

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