Alertas de desmatamento batem recorde no Cerrado, mas caem 45% na Amazônia

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Boa notícia na Amazônia, má no Cerrado. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que os alertas de desmatamento na Amazônia Legal acumularam uma área equivalente ao tamanho de Cuiabá entre agosto de 2023 e julho de 2024. O valor, no entanto, representa uma queda de 45,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, foi a maior redução proporcional já registrada para o período.

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Esta redução coloca a taxa atual como a menor desde 2018. Entretanto, em julho deste ano, houve um aumento de 33% nos alertas de desmatamento em comparação ao mesmo mês de 2023, contrastando com a redução de 55% registrada em julho de 2022.

Em contrapartida, o Cerrado registrou um aumento no desmatamento, com 7.015 alertas entre agosto de 2023 e julho de 2024, um crescimento de 9% em relação ao período anterior. Este é o maior valor desde que o Inpe iniciou a série histórica em 2017.

Especialistas atribuem o aumento no desmatamento do Cerrado a diversos fatores, incluindo o avanço agrícola, sobretudo da soja, na região do Matopiba (que abrange os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Segundo Bianca Nakamato, especialista do WWF-Brasil, este avanço traz ameaças como violações de direitos humanos e perda de biodiversidade, além de aumentar a propensão a incêndios durante a época seca.

Apesar do anúncio da retomada de um plano de ação específico para o Cerrado, o governo federal ainda não concluiu o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado. Em 2023, o bioma foi responsável por 61% do desmatamento no país, enquanto a Amazônia respondeu por 25%.

Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, por sua vez, reconheceu a eficácia do governo no combate ao crime ambiental, mas criticou a falha em controlar o desmatamento no Cerrado, atribuindo parte do problema às autorizações de desmatamento concedidas pelos governadores da região. (g1)

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