Acadêmicos lançam carta pelo reconhecimento da vitória da oposição venezuelana

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Um grupo de 11 acadêmicos de instituições como Harvard, Columbia e USP, publicou uma carta aberta sobre as eleições venezuelanas em que defende que a comunidade internacional reconheça a vitória de Edmundo González Urrutia sobre Nicolás Maduro. Com base em relatórios independentes que indicam que o opositor venceu, os estudiosos, entre eles Steven Levitsky, Larry Diamond, Francis Fukuyama, Maria Hermínia Tavares e Matias Spektor, pedem que o povo da Venezuela seja apoiado e que se faça tudo para ajudar a promover uma transição pacífica e democrática.

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“Como estudiosos dedicados ao estudo da democracia e da integridade eleitoral, estamos profundamente preocupados com as implicações para o futuro da Venezuela e com a violência e a repressão generalizadas após as eleições. Condenamos a resposta brutal das forças de segurança, que resultou em numerosas mortes e centenas de detenções. Exigimos total transparência e responsabilidade na contagem dos votos”, diz a carta, que pode ser assinada em www.venezuelaletter.com. “A democracia na Venezuela está sitiada há muito tempo e as recentes eleições colocaram essa crise em destaque. A comunidade internacional deve apoiar o povo da Venezuela, reconhecer a vitória de González como um reflexo da sua verdadeira vontade e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para promover uma transição pacífica e democrática.”

O texto destaca que contagens independentes, como a da AltaVista Parallel Vote Tabulation e a boca de urna feita pela Edison Research, mostram que González Urrutia obteve pouco mais de 66% dos votos, enquanto Maduro ficou com 31%. O Conselho Nacional Eleitoral, no entanto, proclamou a reeleição com cerca de 52% dos votos. Os acadêmicos lembram também que a Organização dos Estados Americanos e o Centro Carter “condenaram as eleições como fraudulentas e por não cumprirem os padrões internacionais de integridade eleitoral”. E citam a condenação por falta de transparência de países como Chile, Argentina, Uruguai e Peru, e a declaração oficial de Brasil, Colômbia e México “apelando às autoridades venezuelanas para disponibilizarem publicamente todas as contagens de votos”.

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