Governo vai restringir financiamento e valor de imóveis usados do Minha Casa, Minha Vida
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A pedido do setor de construção civil, o governo vai limitar a 50% a cota de financiamento de imóveis usados na faixa 3 do programa Minha Casa, Minha Vida nas regiões Sul e Sudeste. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a cota cairá para 70%. A faixa 3 é voltada a famílias com renda entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil. Atualmente, a parcela financiada pelo programa para imóveis usados varia entre 70% e 75%, de acordo com a renda, no Sul e Sudeste. Nas demais regiões, é de 80%. As mudanças estão em portaria do Ministério das Cidades acessada pelo Globo e que será publicada nesta semana. Além disso, o governo baixou de R$ 350 mil para R$ 270 mil o valor do imóvel usado financiado pelo programa também para a faixa 3. As restrições devem valer também para 2025.
Desde dezembro passado, o setor de construção civil vinha pedindo a restrição do financiamento de imóveis usados no programa. Em julho, representantes do governo no Conselho Curador do FGTS se comprometeram a adotar a medida, diante do crescimento da parcela de usados nos financiamentos do Minha Casa, Minha Vida. Segundo o Ministério das Cidades, a parcela de usados no volume total de recursos subiu de 7% em 2022 para 24% em 2024. Com a redução da cota de financiamento, a expectativa é que o percentual baixe para 19% neste ano e 14% em 2025.
A construção civil argumenta que o investimento em imóveis novos gera empregos e impulsiona a arrecadação do FGTS. Especialistas alegam, porém, que o financiamento de usados é uma forma de combater o déficit habitacional e ajuda a movimentar o mercado. (Globo)