BC anuncia novas regras para reuniões com agentes financeiros
O Banco Central anunciou novas regras para reuniões entre os diretores da autarquia e agentes do mercado financeiro, visando alinhar sua comunicação em meio a preocupações de que a autoridade monetária possa gerar ruídos, sobretudo no processo de transição previsto para o final do ano, quando o presidente Lula indicará novos membros, inclusive para substituir Roberto Campos Neto, presidente do BC.
As novas diretrizes estabelecem que reuniões privadas devem ser preferencialmente presenciais e não podem ser gravadas. No entanto, reuniões com mais de 15 participantes deverão ser abertas à imprensa. Além disso, a mesma organização externa não poderá realizar mais de uma reunião a cada 60 dias.
Essa decisão foi, em parte, motivada por uma reunião ocorrida em abril, que foi inesperadamente aberta à imprensa, durante a qual o Campos Neto alterou a orientação do Banco Central para a política monetária e adotou um tom mais duro no combate à inflação, o que levou a deterioração do cenário do câmbio, juros e bolsa brasileira.
Embora as novas regras não restrinjam as declarações dos integrantes do sobre juros, elas buscam estabelecer maior previsibilidade para tais reuniões.
Além disso, o Banco Central determinou que os membros do Copom se reunirão semanalmente, em vez de mensalmente, com economistas que participam da pesquisa Focus. Segundo o comunicado, a mudança visa captar de forma mais assertiva o sentimento e as projeções dos analistas econômicos ao longo do trimestre. A nova regra entra em vigor ainda em 2024. (Globo)