Argentina, Uruguai, Costa Rica e Equador dizem que oposição ganhou na Venezuela

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Depois do secretário de Estado americano, Antony Blinken, a chanceler da Argentina, Diana Mondino, reconheceu publicamente a vitória de Edmundo González Urrutia nas eleições presidenciais da Venezuela. “Todos podemos confirmar, sem espaço para dúvida, que o legítimo ganhador e presidente eleito é Edmundo González”, postou no X. Horas depois, Omar Paganini, ministro das Relações Exteriores do Uruguai, também usou a rede social para fazer o mesmo reconhecimento. “Em função das evidências esmagadoras, fica claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela. Esperamos que a vontade do povo venezuelano seja respeitada. ‘A verdade é o caminho da paz’”, escreveu no X. (g1)

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Equador e Costa Rica também reconheceram, nesta sexta-feira, a vitória de González Urrutia. A presidência equatoriana escreveu no X que o candidato opositor é o “legítimo ganhador” da votação. Por sua vez, o Ministério de Relações Exteriores da Costa Rica disse que o candidato da oposição era o vencedor “indiscutível”. (Globo)

O presidente Nicolás Maduro foi proclamado vencedor do pleito do último domingo pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que ainda não apresentou as atas de votação. Sob pressão internacional, CNE atualizou nesta sexta-feira os resultados da eleição e reafirmou a vitória de Maduro. Segundo o órgão, 96,87% da apuração foi concluída, com 59,97% de participação. Maduro obteve 51,95% (6.408.844 votos) e González Urrutia, 43,18% (5.326.104 votos).

O resultado é contestado pela oposição, que alega fraude. A líder oposicionista María Corina Machado afirma que González Urrutia recebeu 67% dos votos, contra 30% de Maduro, considerando 74% das atas das urnas.

Diante do impasse, a Suprema Corte da Venezuela convocou os dez candidatos à presidência, incluindo Maduro e González Urrutia, a comparecerem nesta sexta-feira ao tribunal para iniciar a auditoria da eleição. Os membros da Suprema Corte, no entanto, foram indicados por Maduro e são alinhados a ele. (g1)

O Brasil ainda não reconheceu a vitória de Maduro nem da oposição e pede a divulgação das atas de votação antes de qualquer posicionamento oficial. E o assessor especial da Presidência Celso Amorim, que esteve na Venezuela para acompanhar o pleito, defendeu que o imbróglio sobre o resultado das eleições deve ser resolvido a partir do diálogo entre países latino-americanos. “[O governo brasileiro] tem tido uma visão muito parecida com a do México e a da Colômbia, que são países diretamente interessados em resolver pacificamente essa situação”, afirmou.

“Acho que as interferências extrarregionais, quando eu digo extrarregionais eu incluo o hemisfério, acho que isso é uma coisa latino-americana, que os latino-americanos têm que resolver”, complementou. “Acho difícil que o Brasil vá seguir o caminho dos EUA [de reconhecer vitória da oposição]. Acho que um estudo mais próximo, não sei exatamente como, o nosso chanceler Mauro Vieira também está muito ativo nessas conversas. Eu acho que essas conversas podem nos indicar o caminho certo para encontrar a solução.” (CNN Brasil)

Já o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, criticou abertamente o posicionamento americano, classificando-o como uma “imprudência”. “Com todo respeito, o que o Departamento de Estado fez é um excesso. Peço desculpas a Blinken, mas isso não lhes corresponde, estão se excedendo. Não ajuda na convivência pacífica e harmoniosa entre as nações. É uma imprudência”, disse López Obrador nesta sexta-feira. “Onde estão a lei, o direito internacional? Quem autoriza [Blinken], se ainda não apareceram as atas? O reconhecimento não é dado por um país estrangeiro, mas pela soberania de um povo.” (Globo)

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