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O mundo da música perdeu nesta quarta-feira um gigante com a morte, aos 90 anos, do cantor e multi-instrumentista inglês John Mayall (Spotify), o homem que fez a transposição do Mississippi para o Tâmisa e despertou em uma geração de ingleses a paixão pelo blues. Nascido perto de Manchester em 1933, mudou-se para Londres aos 29 anos, já levando no coração a música negra dos EUA, que descobrira com o pai, guitarrista em pubs. Na capital, entrou para o círculo de aficionados pelo blues e fundou um grupo que definiria o gênero, o John Mayall & The Bluesbreakers (Spotify), pelo qual passaram jovens guitarristas que se tornariam lendas, como Eric Clapton, Peter Green, John McVie e Mick Taylor. A liberdade que dava a esses instrumentistas cimentou o que alguns chamariam depois de “blues progressivo”, que influenciaria nove entre dez bandas inglesas da segunda metade da década de 1960. Problemas com o álcool atrapalharam sua carreira ao longo dos anos 1970, mas seguiu lançando álbuns de alta qualidade e jamais abandonou os palcos. “Nunca tive um disco de grande sucesso, nunca ganhei um Grammy, nunca fui tema de uma matéria da [revista] Rolling Stone. Ainda sou um artista underground”, brincou, em uma entrevista em 2013. (AP)