Lula avaliza Haddad em taxa para super-ricos e Brasil diz que vai pagar metade da ação contra fome

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Em uníssono ao que vem defendendo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que a taxação dos super-ricos é essencial para a obtenção de recursos para o combate à fome e à pobreza e apontou exemplos de milionários que deveriam pagar mais impostos.

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Sem citar nomes, Lula indicou pessoas que controlam mais recursos que alguns países e apontou: “Alguns têm até programas espaciais próprios”. O presidente discursou durante a reunião ministerial ampliada no G20, com o objetivo de lançar uma aliança global contra a forme e a pobreza. “Os super ricos, pagam proporcionamelmente muito menos impostos que a classe trabalhadora”, enfatizou o presidente.

“Nas últimas décadas, a globalização neoliberal agravou esse quadro. Nunca tantos tiveram tão pouco e tão poucos concentraram tanta riqueza. Em pleno século 21, nada é tão absurdo e inaceitável quanto a persistência da fome e da pobreza, quando temos à disposição tanta abundância, tantos recursos científicos e tecnológicos e a revolução da inteligência artificial. Esta é uma constatação que pesa em nossas consciências”, disse Lula.

Custos

Para o governo brasileiro, a formação dessa aliança terá que ser a principal entrega da cúpula do G20 que acontece nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. O governo estima que essa aliança custará entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões por ano, desde o lançamento até 2030. O Brasil está disposto a bancar metade desse custo que, de acordo com o ministro Wellington Dias, será de algo em torno de US$ 9 milhões a US$ 10 milhões a serem desembolsados pelo Brasil. O restante terá que ser pago por países dispostos a colaborar. Espanha e Noruega sinalizaram com possíveis contribuições, mas não há ainda o compromisso formalizado dos demais países do G20 com a proposta do Brasil.

A aliança, segundo Dias, terá duas sedes: uma em Brasília e outra em Roma, na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Hoje, Lula se emocionou ao final do discurso ao dizer que a fome e a pobreza não podem ser encaradas como algo “natural”. “Nenhum tema é mais atual e mais desafiador para a humanidade. Não podemos naturalizar tais disparidades. A fome é a mais degradante das privações humanas. É um atentado à vida, uma agressão à liberdade”, observou o presidente.

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