G20: Haddad defende taxar super-ricos e união de fundos internacionais contra fome

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Ao discursar hoje na reunião do G20, no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a taxação dos super-ricos como forma de “mobilizar recursos para o combate à fome e à pobreza”. Haddad quer que essa faixa da população pague “sua justa contribuição em impostos”, alegando que os que estão no “topo da pirâmide” usam “uma série de artifícios para evadir os sistemas tributários”. “Isso faz com que, no topo da pirâmide, os sistemas sejam regressivos, e não progressivos”, observou.

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O ministro informou que pediu um estudo sobre o quanto o país poderá arrecadar, caso os super-ricos paguem 2% de sua riqueza em impostos. “Poderíamos arrecadar de 200 a 250 bilhões de dólares por ano, ou seja, aproximadamente cinco vezes o montante que os 10 maiores bancos multilaterais dedicaram ao enfrentamento à fome e à pobreza em 2022”, disse o chefe da Fazenda.

A pedido do governo brasileiro, o estudo foi feito pelo economista francês Gabriel Zucman, professor associado de políticas públicas e economia na Universidade da Califórnia, na Escola Goldman de Políticas Públicas de Berkeley, professor catedrático na Escola de Economia de Paris. Zucman também é diretor do Observatório Fiscal da União Europeia.

Haddad ainda defendeu que para que recursos possam ser aplicados de maneira mais eficiente, sem a dispersão dos projetos de cooperação internacional, é necessário ter uma abordagem global do tema. “A fome e a pobreza não são problemas que podem ser enfrentados apenas com políticas de pequena escala”, defendeu.

Segundo ele, o governo brasileiro se comprometeu em aportar recursos para recompor o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, da Organização das Nações Unidas (ONU), que, na sua concepção, deve atuar de forma conjunta com outros agentes de financiamento. A Aliança atuará como um agente catalisador dessa vontade”, destacou.

“O trabalho da Aliança se concentrará em conectar os fundos já existentes, elevando a sinergia entre eles para uma atuação mais coordenada e efetiva. A Aliança quer, portanto, atuar de forma muito próxima ao Fundo de Desenvolvimento Africano, ao Fundo de Desenvolvimento Asiático e à Associação Internacional para o Desenvolvimento do Grupo Banco Mundial, além de agências de desenvolvimento e de outros financiadores multilaterais.

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