“O identitarismo promove uma sociedade conflituosa e hostil”, diz Yascha Mounk | Conversas com o Meio Premium

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Alguns pensadores vêm se dedicando, na última década, a decifrar o que leva cidadãos que vivem em democracias, ainda que imperfeitas, a optarem por eleger figuras autoritárias, antidemocráticas. Um dos que mais se aproximaram de uma formulação bem-acabada para esse fenômeno é Yascha Mounk, cientista político americano e professor da Universidade John Hopkins. Ele esteve no Brasil e concedeu uma entrevista a Pedro Doria.

Autor de “O Povo contra a Democracia”, Mounk reafirma que os três fatores que listou para interpretar esse momento político seguem válidos: a frustração econômica, o desencanto com a perda de status diante das mudanças socioculturais e a dinâmica polarizadora das redes sociais. Só que, agora, ele enxerga mais um vetor de descontentamento que leva maiorias a escolherem, democraticamente, populistas. Em seu livro mais recente, “A Armadilha Identitária”, a ser finalmente lançado no Brasil, Mounk aponta que o método que a esquerda vem adotando de lutar por injustiças históricas e reais tem segregado mais do que unido em torno dessas pautas. “Você vê isso muito claramente nos Estados Unidos, onde Donald Trump agora é favorito, em grande parte, porque eleitores não-brancos, latinos e afro-americanos se aproximaram dele, porque não gostam de ser estereotipados nessas formas de política de identidade.”

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