Meio

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,21% no mês de junho, mostrou nesta quarta (10) o IBGE (veja íntegra), abaixo do consenso de agentes de mercado, de 0,32%. Em maio, a alta generalizada dos preços havia sido de 0,46%. Dos nove grupos contemplados na pesquisa, sete tiveram alta em junho, com destaque para Saúde e Cuidados Pessoais, que variou 0,54% puxado pelo preço de perfumes e reajuste nos planos de saúde. Alimentos e Bebidas tiveram alta menor, de 0,44%, mas possuem mais peso no índice, sendo o fator mais determinante para o IPCA. Destacam-se entre as altas dos alimentos a batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%) e entre as baixas a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).

Para o economista André Perfeito, destacam-se também os núcleos mais baixos, isto é, a inflação que exclui os itens mais voláteis, como alimentos e energia. Segundo ele, no entanto, apesar de o dado ter vindo positivo, a inflação nos últimos 12 meses está maior que 4% (4,23%). Além disso, a expectativa de inflação futura, medida pelo Boletim Focus, aponta para aceleração dos preços, o que inviabilizaria, por enquanto, discussões sobre corte de juros no Brasil em 2024.

Outro indicador divulgado pelo IBGE foi o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), que ao contrário do IPCA, mostrou aceleração para 0,56% (release oficial). Enquanto materiais oscilaram levemente para baixo, o custo da mão de obra subiu 0,46%, puxado por dissídios coletivos dos trabalhadores. O centro-oeste foi a região do Brasil com maior variação deste índice. (Meio)