Fala de Lula após reunião com Haddad foca em ‘responsabilidade fiscal’

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Em discurso após se reunir nesta quarta-feira com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu reforçar o compromisso de seu governo com a responsabilidade fiscal, substituindo os ataques ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e questionamentos sobre a autonomia da instituição, feitos nas últimas semanas.

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A conversa com Haddad, que ocorreria à tarde, foi na parte da manhã, atrasando toda a agenda prevista para o presidente. Ao discursar na cerimônia de lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar, Lula reiterou seu compromisso com o rigor fiscal.

“Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que for necessário, a gente gasta com educação e com saúde o que for necessário, mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003 e a gente manterá ele à risca”, disse o presidente.

Mesmo assim, mandou recados, defendendo que só quando o país conseguir produzir alimentos o suficiente é que a economia estará “livre de sobressaltos”. “A gente vai ter uma política econômica sem causar sobressalto a ninguém. Uma política econômica para fazer esse país crescer, diminuir a diferença de renda. A gente vai continuar com a responsabilidade que nós sempre tivermos”, disse Lula na cerimônia.

Ao final do evento, Haddad disse a jornalistas que acreditava em uma estabilização do câmbio nesta quarta-feira. “A minha análise é que o câmbio vai acomodar, [por causa de] tudo o que nós estamos fazendo e entregando e os compromissos do presidente”. Ele também negou que haja interferência política no BC. “Tem autonomia para atuar como entender conveniente, não existe outra orientação”, disse o ministro.

Ontem, Haddad repetiu que era preciso acertar a comunicação sobre a autonomia do BC e a rigidez do arcabouço fiscal para conter a alta do dólar. “Eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação a autonomia do BC como o presidente fez hoje de manhã quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do BC e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas.”

As reclamações sobre o presidente do BC foram retomadas por Lula em entrevistas a rádio locais desde a semana passada. As críticas a Campos Neto ajudaram a impulsionar o dólar, que chegou a tocar R$ 5,70 na terça-feira.

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