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O escritor e jornalista Ramin Setoodeh levantou questões preocupantes sobre os problemas de memória do ex-presidente Donald Trump em uma recente entrevista à emissora CNN. Ele o entrevistou seis vezes para escrever o livro Apprentice in Wonderland (Aprendiz no país das maravilhas, em tradução livre), que conta os bastidores do programa O Aprendiz, comandado por Trump em 14 temporadas a partir de 2004 e que o tornou popular o bastante para ser eleito presidente dos Estados Unidos. “Como jornalista que passou mais tempo com Trump, devo dizer que ele não conseguia se lembrar das coisas. Nem sequer se lembrava de mim”, contou Setoodeh, em um programa na MSNBC.

Entre os lapsos de memória relatados está uma história de quando Trump se referiu ao Afeganistão como se ainda fosse presidente. “Ele parecia pensar que ainda tinha poderes sobre a política externa. Houve um dia em que disse que precisava subir para lidar com a questão do Afeganistão, embora claramente já não o fizesse”, contou. Em outro momento, Trump teria contado ao escritor que a atriz e comediante Joan Rivers votou nele nas eleições de 2016, mas ela morreu em 2014.

O presidente americano Joe Biden é frequentemente ridicularizado por Trump e seus apoiadores, sendo retratado como senil. A oposição usa falsas imagens em que o democrata aparece paralisado ou aparentando estar sem rumo. Trump chegou a se gabar de seu exame de acuidade mental quando era presidente, mas trocou por diversas vezes o nome do médico da Casa Branca que o conduziu, chamando-o de Ronny Jackson, quando o correto é Ronny Johnson. Para Setoodeh, o declínio cognitivo de Trump, de 78 anos, apenas três a menos que Biden, não deve ser ignorado. “Acho que o público americano realmente precisa ver este retrato de Donald Trump porque isso mostra como ele é”, conclui. (g1)