Chico Buarque completa 80 anos de vida e arte em diferentes formatos

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Um dos maiores nomes da música brasileira, o cantor, compositor e escritor Chico Buarque completa 80 anos nesta quarta-feira. Contemporâneo dos principais movimentos musicais das últimas décadas, como a Jovem Guarda e a Tropicália, o músico inaugurou sua carreira ainda em 1966, ao lançar o álbum Chico Buarque de Hollanda, que incluía faixas que se tornaram clássicos nacionais, como A Banda, que venceu o II Festival de Música Popular Brasileira na voz de Nara Leão. Filho do historiador, sociólogo e escritor Sérgio Buarque de Hollanda, cresceu em meio à intelectualidade do país, o que não lhe deu certeza imediata do que fazer da vida. “Quis ser palhaço, bombeiro, intelectual, jogador de futebol, padre, deputado, ladrão de automóveis, galã e arquiteto. Nada deu certo, e acabei mesmo tocando violão”, contou, em entrevista à Fatos e Fotos, em 1967. As agitações políticas pelos quais o Brasil passou na ditadura entre as décadas de 1960 e 80 também foram usadas como combustível para a criatividade e poesia de Chico, com sambas como Apesar de Você, Construção e Acorda Amor, mas também sendo um dos porta-vozes da esperança, com Vai Passar, hino do movimento Diretas Já. Versátil, passeou por outros estilos, como o rock em Jorge Maravilha, a valsa de João e Maria e o infantil Saltimbancos. (Globo)

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Vencedor de três prêmios Jabuti e do Camões, o artista também se destaca na literatura, quando estreia seu primeiro romance Estorvo, em 1991, com sua visão disfarçada sobre o Brasil pós-ditadura na visão distorcida do narrador da história. Em Leite Derramado, conta a história de uma elite que se vê como europeia, mesmo sem poder abafar as vantagens obtidas com a escravidão. Publicado ainda no governo Bolsonaro, em 2019, Essa Gente retoma o tema das elites, agora egoísta e violenta. (Globo)

A genialidade de Chico também se estende ao teatro desde 1965, quando criou canções para a peça Morte e Vida Severina de um grupo estudantil ligado à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o TUCA, produzida a partir do poema teatral de João Cabral de Melo Neto. A apresentação fez sucesso e chegou ao Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França. Depois desse trabalho, o artista não abandonou mais o teatro nas décadas seguintes, abraçando parcerias de sucesso com nomes consagrados dos palcos brasileiros, como o diretor do Teatro de Arena, Augusto Boal, e o diretor do Teatro Oficina, José Celso Martinez Corrêa, que dirigiu a clássica obra Roda Viva. (Folha)

As obras de Chico sempre ganharam um toque especial com gravações e regravações feitas por mulheres. Além de Nara Leão, com faixas como A Banda, Maria Bethânia imprimiu sua voz em versões de Bom Conselho, Olhos nos Olhos, Cálice, entre outras. Simone lançou O que Será como trilha sonora do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) e deu voz à Gota D’Água. Gal Costa também deu novo brilho às composições de Chico ao interpretar canções como A História de Lily Braun, Mil Perdões (1983) e A Mulher de Cada Porto. (g1)

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