África do Sul rejeita nas urnas partido que libertou o país do apartheid

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O Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) perdeu o monopólio político na África do Sul depois dos resultados das eleições deste sábado mostrarem que, com quase todos os votos contados, o partido ficou com apenas cerca de 40% dos eleitores, longe da maioria absoluta pela primeira vez desde que, há 30 anos, derrotou o apartheid. Com os sul-africanos enfrentando uma das maiores taxas de desemprego do mundo, escassez de eletricidade e de água, e criminalidade desenfreada, o partido governista ainda conseguiu superar seus concorrentes, mas ficou longe dos quase 58% dos votos que obteve nas últimas eleições, em 2019. A queda vertiginosa do movimento de libertação mais antigo de África colocou um dos países mais estáveis do continente e a sua grande economia num rumo difícil e desconhecido. O partido, que alcançou fama internacional graças a Nelson Mandela, terá agora duas semanas para formar um governo por meio de coalizões com um ou mais partidos rivais que o ridicularizaram como corrupto e prometeram nunca formar uma aliança. “Na verdade, estou chocado”, disse Maropene Ramokgopa, um dos principais responsáveis do ANC. “Isso abriu nossos olhos para dizer: ‘Olha, está faltando alguma coisa em algum lugar’”. (New York Times)

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Com o resultado das urnas, o ANC será forçado a formar uma coligação, inaugurando uma nova era para a política sul-africana. Analistas dizem que a escolha do parceiro de coalizão terá enorme impacto na direção futura da África do Sul. As opções são o Aliança Democrática (DA), que está em segundo lugar na apuração dos votos, com 22%, o uMkhonto we Sizwe (MK) liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, com 15%, ou os radicais Combatentes pela Liberdade Económica (EFF) com 9%. As lideranças do ANC já iniciaram as consultas internas para negociações complexas de formação de coligação. (BBC Brasil)

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