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Mais de 90% da população era alfabetizada em 2022, mas desigualdade ainda impera

O Brasil chegou a 93% da população com 15 anos ou mais alfabetizada em 2022, o que representa 151,1 milhões de pessoas que conseguiam ler um bilhete simples. Os dados são do último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta. Apesar do recorde, há diferenças relevantes nos dados setorizados. As regiões Nordeste e Norte, por exemplo, são as mais deficitárias nos índices de capacidade de leitura, com 85,9% e 91,8%, respectivamente, enquanto o Sul (96,6%) lidera as estatísticas. 

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Do Nordeste também vem o pior desempenho em analfabetismo, com 14,2% das pessoas sem saber ler textos básicos – o dobro da média nacional, de 7%. Santa Catarina lidera os índices de alfabetização, com 97,3%, enquanto em Alagoas se registra a menor taxa: 82,3%. Entre a população indígena, dos quase 1,2 milhão de pessoas que se declararam como tal no Censo de 2022, 85,9% eram letrados, índice menor que a média nacional. Ainda assim, o analfabetismo caiu mais de 8 pontos percentuais entre a população originária em 12 anos, chegando a 15,1%. Esse pedaço da sociedade registrou queda de analfabetismo em todas as faixas etárias. 

O recorte por municípios mostra que as grandes cidades, com mais de 500 mil habitantes, têm taxas de analfabetismo quatro vezes menor que cidades com população entre 10 mil e 20 mil habitantes (3,2% contra 13,6%, respectivamente). Sob a perspectiva racial, pessoas pretas, pardas e indígenas com 15 anos ou mais registraram o dobro dos números de analfabetismo que pessoas de cor branca ou amarela: em ordem, 10,1%, 8,8% e 16,1% frente a 4,3% e 2,5% de brancos ou amarelos. 

O resultado de 2022 é o melhor do índice de alfabetização desde 1872, ano da primeira coleta, ainda no Brasil imperial. Àquele tempo, apenas 16% sabiam ler e escrever, algo em torno de 1,56 milhão dos quase 9,9 milhões de habitantes – num desenho populacional onde cerca de 15%, ou 1,51 milhão, era escravizada. Destes, apenas 1,4 mil eram iniciados às letras. (Terra)

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