Morre o jornalista Antero Greco, aos 69 anos

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Na Olimpíada de Pequim, em 2008, Antero Greco era editor do caderno de Esportes no Estadão. Eu era repórter do Aliás, um suplemento dominical com entrevistas profundas e reportagens narrativas — onde, aliás (perdão), conheci Pedro Doria, diretor de jornalismo deste Meio. Mas Antero sabia da minha paixão por futebol. Eu corintiana doente, ele palmeirense roxo, ambos redundâncias ambulantes do futebol paulista, sempre nos provocávamos nos corredores do prédio do bairro do Limão. Antero me convocou a participar da força-tarefa de edição do material dos Jogos Olímpicos daquele ano. Fui sorrindo, sabendo que estaria na melhor das companhias. Por conta do fuso-horário cruel, os fechamentos (jargão jornalístico referente ao momento em que se encerra a produção de conteúdo a ser impresso no jornal) eram dos mais ortodoxos. Mas eram de uma leveza inigualável. E só por causa de Antero. Mais adiante, em 2010, ele me autorizou a comentar a Copa do Mundo no site do jornal. Sabia o poder da diversidade, da conversa solta, do jornalismo esportivo feito com seriedade e graça ao mesmo tempo. Foram 44 anos de Estadão para Antero.

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Um editor que entendia profundamente o assunto de seu ofício. Um colega generoso, sagaz. Um jornalista verdadeiramente inteligente — e os deuses sabem como é difícil poder afirmar isso de qualquer um. Naquela época, ele já estava também na bancada da ESPN e se tornou o “amigão” de Paulo Soares, e de todos que os acompanhavam. Antero Greco morreu, aos 69 anos, por conta de um tumor cerebral. A despedida de Antero será no Cemitério do Redentor, em São Paulo, ao meio-dia desta quinta-feira. O enterro, às 16h.

 

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