General vinculado a Villas Bôas atuou na compra de software espião pelo Exército

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Em depoimento à Polícia Federal, Caio Santos Cruz, filho do general Santos Cruz, revelou que um outro general ligado a Eduardo Villas Bôas atuou na compra de um software espião pelo Exército, durante a gestão do próprio ex-comandante da Força. Luiz Roberto Peret desempenhou o papel de intermediário da empresa Verint Systems nas negociações para a venda de sistemas de inteligência, como o FirstMile, cujo uso pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está sob investigação. De acordo com o inquérito, servidores da Abin utilizaram o software, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, para monitorar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas e outras pessoas vistas como adversárias de Jair Bolsonaro. O contrato entre a Verint e o Exército, intermediado por Peret, foi fechado em outubro de 2018, no valor de US$ 10,8 milhões.

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Contratado pela Verint Systems em 2010 para facilitar negociações técnicas e comerciais de alto nível através de uma empresa de consultoria que ele mesmo criou, Peret atuou como conselheiro fundador do Instituto General Villas Boâs, que estava sob o comando de Villas Bôas quando a compra do FirstMile e de outros softwares ocorreu com dinheiro destinado à intervenção federal no Rio de Janeiro. A verba fazia parte do orçamento de R$ 1,2 bilhão enviada ao Estado pelo governo Michel Temer.

A empresa Peret Consultoria possui faturamento de até R$ 240 mil e tem o coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, citado na CPI da Covid, como sócio. Ex-integrante das Forças Especiais do Exército, ele também atuou como lobista para fechar o contrato entre a Cognyte e a Abin, segundo o Intercept. (Folha e Intercept Brasil)

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