Eliziane Gama planeja candidatura à Presidência do Senado e divide PSD
As discussões sobre a sucessão na Presidência do Senado nunca foram tão antecipadas e estão ao ponto de já causar divisões em partidos. É o caso do PSD, do atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O mineiro já avisou que tem compromisso de apoio à candidatura do senador Davi Alcolumbre (UB-AP) ao cargo. Mas sua colega de partido, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), já se movimenta para se lançar na disputa para a eleição, que ocorrerá somente em 1º de fevereiro de 2025.
Nesta semana, Eliziane terá uma reunião com o presidente do partido, Gilberto Kassab (PSD-SP), da qual também participará o líder da bancada no Senado, senador Otto Alencar (PSD-BA). A ideia é viabilizar a candidatura dentro do partido para depois buscar apoios fora. Segundo fontes do PSD, o fato de Pacheco apoiar Alcolumbre não será um problema. Trata-se de uma retribuição pelo fato de Alcolumbre ter articulado a chegada de Pacheco à cúpula do Senado.
No PSD, a senadora disse já ter encontrado apoios de alguns colegas, que não querem seguir Pacheco no apoio a Alcolumbre. Entre eles, está o senador Irajá Abreu (PSD-TO).
Além do aval de Kassab, a senadora espera contar com o apoio da bancada feminina no Senado. E essa construção já começou. Eliziane convidou 15 senadoras de vários partidos para um jantar de confraternização em sua casa na próxima quarta-feira (29/11). Será um evento de final de ano, mas a senadora espera lançar a ideia e pedir apoio. Quase todas as convidadas, tanto da direita como da esquerda, confirmaram presença.
A senadora também buscou apoio de líderes governistas. O argumento apresentado por ela é que o poder de Alcolumbre no Senado já é grande hoje, apesar de ele ser somente o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. “Imagine o tamanho da fatura que ele vai apresentar ao governo se for eleito presidente do Senado”, ponderou um interlocutor da senadora, em conversa com o Meio.
Eliziane ganhou destaque como relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Seu relatório pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) por associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Durante a campanha que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela foi responsável por tentar aproximar Lula do público evangélico.