Sob protestos da OMS, Israel invade o maior hospital de Gaza
Tropas de Israel invadiram na madrugada desta quarta-feira o hospital al-Shifa, o maior da Faixa Gaza, onde centenas de médicos e pacientes estão retidos juntos com pessoas que buscaram refúgio dos combates. As Forças Armadas israelenses afirmaram que seus soldados fizeram uma “operação precisa e calculada contra o [grupo terrorista] Hamas numa área específica. Segundo militares que não se identificaram, foram encontradas armas no local, que o Hamas e a administração do hospital negam. Passava pouco das 3h quando tanques israelenses invadiram o amplo terreno do complexo de prédios do hospital. Segundo testemunhas, os militares ordenaram, usando autofalantes, que todos os homens entre 16 e 40 anos deixassem o edifícios – cerca de mil pessoas obedeceram. Israel disse ter levado suprimentos para o hospital, mas médicos que seguem nos prédios negam a informação. (Guardian)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a invasão do hospital como “totalmente inaceitável”. “Hospitais não são campos de batalha”, disse, em entrevista coletiva, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. A OMS diz estar trabalhando em uma operação para retirar médicos e pacientes do al-Shifa, incluindo cerca de 35 bebês prematuros cujas incubadoras estão sem energia. Para isso, porém, diz ser necessário um corredor de segurança e combustível para ambulâncias. (Reuters)
Al-Shifa se tornou numa peça fundamental que corre paralela aos combates entre Israel e o Hamas. Tel Aviv afirma que o grupo terrorista mantém um quartel-general e uma rede de túneis sob o hospital, usando médicos e doentes como escudo humano, o que os extremistas negam. Sem citar explicitamente a invasão ao hospital, o premiê Benjamin Netanyahu disse em encontro com soldados não haver “local em Gaza que não sejamos capazes de alcançar”. (Washington Post)