Justiça de SC condena repórter a seis meses por exposição do caso Mariana Ferrer
O caso Mariana Ferrer continua gerando condenações. A mais recente é de 28 de setembro, num processo sigiloso aberto pelo promotor e pelo juiz do caso contra a jornalista Schirlei Alves, então repórter do The Intercept Brasil, onde publicou reportagens com imagens de uma audiência de instrução, ainda em 2020, na qual Ferrer é humilhada pelo advogado de André Camargo Aranha, a quem ela acusou de estupro em 2018. Schirlei foi condenada a seis meses de detenção em regime aberto pela Justiça de Santa Catarina, onde o caso aconteceu, e ao pagamento de R$ 200 mil ao juiz do caso Ferrer, Rudson Marcos, e ao promotor Thiago Carriço, por difamação de agente público. A jornalista já recorreu da decisão.
Aranha foi absolvido do processo por estupro, mas a atuação de seu advogado ganhou especial destaque pela crueldade com a qual tratou Ferrer durante a audiência. Sobre as alegações de virgindade da vítima, o defensor Cláudio Gastão fez comentários como “Esse é teu criadouro, né, Mariana? Manipular essa história de virgem”. O caso Ferrer gerou indignação pois, em suas considerações, o promotor do processo considerou que houve um estupro sem que a intenção de estuprar estivesse em questão. O argumento do de Carriço gerou a expressão mais controversa do material jornalístico, que estampou em seu portal a frase “estupro culposo”, numa referência aos argumentos empregados pelo promotor. (Folha)