Análise: Haddad sentiu o golpe, mas não deu o braço a torcer e culpou STF e Congresso
Eliane Catanhêde: ‘Nem parecia o mesmo Fernando Haddad. Ar cansado, contrariado, impaciente e, enfim, mal-humorado, o ministro da Fazenda disse a jornalistas que prometeu déficit zero em 2024, mas sabe-se lá se vai cumprir. E não concordou nem discordou do chefe Lula, que lhe passou uma rasteira e anunciou o fracasso da promessa antes de discutir com ele os vários ângulos de uma questão tão sensível. Pior: no fim do ano, com Haddad correndo contra o tempo para aprovar suas pautas no Congresso. Sem ter como atacar o presidente da República, contar toda a verdade e apontar o dedo para o chefe da Casa Civil, Rui Costa, Haddad descarregou a culpa — e, possivelmente, a raiva— fora do governo: na Câmara, no Senado e no Supremo Tribunal Federal’. (Estadão)