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Análises: O desafio de Israel de manter as tratativas para a normalização das relações com a Arábia Saudita

Com o aprofundamento do conflito entre Israel e Hamas, e o potencial envolvimento de outros atores árabes na guerra, como o Hezbollah e o Irã, analistas descrevem o desafio do governo israelense de manter a tentativa de normalização das relações com a Arábia Saudita e como isso seria uma derrota aos radicais.

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Thomas Friedman: “O maior motivo para a ação de agora, que o Hamas não admite, é que ele viu como Israel estava sendo mais aceito pelo mundo árabe e, em breve, possivelmente pelo berço do Islã, a Arábia Saudita. O Irã estava sendo encurralado pela diplomacia do presidente Joe Biden no Oriente Médio, e os palestinos temiam ser deixados para trás. Assim, o Hamas basicamente disse: “Ok, judeus, nós iremos aonde nunca fomos antes. Lançaremos um ataque total de Gaza que não se limitará aos soldados, mas matará seus avós e massacrará seus bebês. Sabemos que é uma loucura, mas estamos dispostos a arriscar para forçá-los a enlouquecer, com a esperança de que os incêndios queimem toda a normalização árabe-israelense no processo.” (New York Times, em inglês, e Estadão, traduzido)

Fareed Zakaria: “Derrotar o Hamas é um desafio assustador. Esse grupo terrorista espera uma reação exagerada massiva de Israel, que produza milhares de vítimas civis e enrede as tropas israelitas. O Hamas também espera o colapso de qualquer possível acordo com a Arábia Saudita. Quanto mais brutal for a resposta de Israel, maior será a probabilidade de o acordo fracassar. O objetivo de Israel deveria ser responder ao Hamas e lidar com a questão palestina de uma forma que ainda permita a retoma das negociações sobre a normalização saudita. Esse é o prêmio estratégico. O estabelecimento de relações normais entre Israel e a Arábia Saudita seria o revés mais grave para o Hamas, o Hezbollah e o Irã.” (Washington Post)

Frida Ghitis: “Os perpetradores esperam, sem dúvida, uma reação implacável de Israel, o que ajudaria a descarrilar o processo, com imagens de palestinos mortos pelas bombas israelenses a preencher as telas dos cidadãos árabes em todo o mundo, provocando indignação e tornando muito mais difícil, talvez impossível, para os sauditas aproximar-se de Israel. Com o público árabe a assistir a imagens de carnificina em Gaza, diz a lógica terrorista, torna-se politicamente impossível para os líderes árabes aproximarem-se de Israel. O fim do processo de normalização seria uma vitória para o Irã, e uma vitória para o Irã — agora membro do eixo antiamericano e antiocidental dos autocratas, ao lado da China e da Rússia — é a última coisa que os Estados Unidos, Israel e a Arábia Saudita querem”. (CNN)

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