O assassinato da garota Elza Fernandes, em 1936, por membros do Partido Comunista, esteve sempre marcado por uma enorme ausência: a da história verdadeira da menina. Sua identidade, e em especial sua idade, foram objeto de exploração tanto da direita que queria demonizar os seguidores de Luís Carlos Prestes, líder da Intentona de 1935, quanto da esquerda que justificava sua morte como uma casualidade da guerra ideológica que se travava no mundo todo.
Em 2009, o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues publicou Elza, a Garota, livro em que conta, numa mistura de apuração histórica e ficção, o que se sabia da vida de Elza e de seu assassinato. Agora, com documentos inéditos em mãos, Rodrigues não só revisita esse episódio como revela a idade e a história da menina. A reportagem especial completa e dois vídeos, com conversas com Pedro Doria, editor-chefe do Meio, e Christian Lynch, cientista político, historiador e colunista do Meio, são um conteúdo exclusivo para assinantes premium. Assine!
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A garota Elza Fernandes, assassinada em 1936 por membros do Partido Comunista
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Cópia da certidão de nascimento de Elza, que aponta 2 de outubro de 1921 como o dia seguinte ao de seu nascimento. Isso revela que Elza foi morta aos 14 anos
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A segunda parte da certidão mostra que o nome de Elza era Elvira Cupello Calonio
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Ficha policial de Elza: os registros oficiais de sua morte indicavam que sua idade era 21 anos quando ela foi assassinada
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Exumação do corpo de Elza, em 1940. O delegado Hugo Auler mostra a caveira de Elvira a Luiz, seu irmão
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O esqueleto de Elza Fernandes
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Logo após reconhecer o crânio de Elza, Luiz, seu irmão, apresentou seu desligamento do Partido Comunista
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Bilhete que Honório, membro da direção do partido, escreveu a Prestes, propondo que mantivessem por ora o “statu quo” — isto é, Elza viva
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Resposta de Prestes: “Traição é traição”
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“É ou não é ela perigosíssima ao Partido?”, pressiona Prestes
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A tréplica veio de Lauro Reginaldo da Rocha, o Bangu, uma das maiores autoridades do PC nacional: “Se não pusemos logo em execução as medidas que você propôs, foi devido às razões, que nos pareciam justas, de que poderiam resultar numa desligação do Partido com a massa”
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Bangu continua, assegurando Prestes que não havia resistência a matar Elza por “sentimentalismo”
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Autuação de Prestes e mais cinco membros do PC pela morte de Elza