Análise: ataque do Hamas mostra falha dos serviços de inteligência israelenses
Igor Gielow: “No dia seguinte ao 50º aniversário do início da Guerra do Yom Kippur, Israel voltou a ser abalado por um ataque surpreendente de adversários árabes. Se não chega a ser uma ameaça existencial como a superada em 1973, a infiltração de militantes do Hamas em diversas cidades do sul israelense, somada à chuva de foguetes iranianos à disposição do grupo na Faixa de Gaza, entra para a História como um dos maiores fracassos dos propalados serviços de inteligência do Estado judeu”. (Folha)
Guga Chacra: “Israelenses dormiram sem imaginar que poderiam ser alvo da maior ofensiva militar de uma organização palestina na História. Embora ainda não estejam claros os acontecimentos, a magnitude dos ataques do Hamas é inédita. Ninguém previa que o grupo, e seus aliados, possuíssem a capacidade de atacar de uma forma tão bem planejada e bem-sucedida os israelenses. É um divisor de águas. Milhares de foguetes contra múltiplos alvos, invasão ao território de Israel, relatos de soldados e civis reféns entre outros sucessos dos militantes”. (Globo)
Jamil Chade: “Ao disparar mísseis, o Hamas tenta enterrar definitivamente o Fatah, se apresenta para uma nova geração de palestinos inconformados como seus verdadeiros representantes e busca torpedear e bloquear o diálogo entre o mundo árabe e Israel. O ataque também é um recado indireto dos iranianos aos sauditas de que a aproximação entre Israel e Riad não é apreciada. No fundo, o Hamas manda um recado para a região: nada poderá ser feito sem nós”. (UOL)
Diogo Bercito: “Não dá para dizer que os ataques do Hamas ao Sul de Israel neste sábado foram inesperados. Palestinos têm dito há anos que a situação na Faixa de Gaza era insustentável, que um dia ia explodir — como explodiu. Hamas e Israel vão travar um embate físico, de tanques e foguetes, mas vão se enfrentar também na arena pública nos próximos dias. Vão tentar convencer o mundo da justiça e da legalidade das suas ações. Nosso desafio é enxergar através da névoa da guerra. A perspectiva histórica ajuda nessas horas”. (Folha)
Lourival Sant’Anna: “O ataque do Hamas a Israel não tem precedentes na História, porque um grupo palestino nunca havia conseguido causar tantas mortes de israelenses em uma única ação, e também pela ousadia da sua execução, por terra, mar e ar. A invasão aérea chama a atenção pelo inusitado emprego de paragliders. A abordagem marítima também surpreende, considerando a superioridade da Guarda Costeira israelense. Mas o mais intrigante é a incursão terrestre”. (Estadão)