Pressão do Itamaraty derruba almirante ligado a Bolsonaro

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O Ministério das Relações Exteriores ganhou a queda-de-braço com o Almirantado, a cúpula da Marinha, e um dos oficiais mais próximos ao governo Bolsonaro, o almirante-de-esquadra Flávio Rocha, não será mais secretário de Segurança Nuclear e Qualidade da Força. Igor Gielow conta que ele dve ficar sem cargo executivo até ir para a reserva, em março. Para evitar mais tensão com a Marinha, a crise foi tratada de forma discreta pelo governo.

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Em 2020, o militar foi convidado por Bolsonaro para ser seu secretário de Assuntos Estratégicos, ganhando protagonismo e incomodando a chancelaria. Com a mudança de governo, o ministro da Defesa, José Múcio, resolveu a situação nomeando-o, no papel, como assessor do gabinete do comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen. Na prática, Rocha assumiu as funções de secretário naval de Segurança Nuclear e Qualidade, na Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Força.

Em maio, o almirante-de-esquadra foi enviado à França para tratar do submarino nuclear. Em junho, participou em Viena de reunião ordinária do conselho de governantes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e sua presença incomodou a missão brasileira junto ao órgão. Diplomatas afirmam que o problema era haver um militar em um evento civil. Aliados de Rocha na Marinha dizem que houve inveja, sob a alegação de que ele é bolsonarista.

O Itamaraty passou a pressionar a Defesa a remover o almirante de funções executivas. Na semana passada, Múcio e Olsen decidiram designar Rocha para uma função inespecífica no Comando da Marinha. Suas funções serão incorporadas pelo diretor do programa nuclear, almirante Petrônio Aguiar, que está no cargo desde 2021. (Folha)

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