O Brasil está voltando

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu primeiro discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU após assumir seu terceiro mandato. A colunista Mariliz Pereira Jorge avalia que a apresentação foi moderada, trazendo questões coletivas, como a climática, citando as enchentes na Líbia e no Rio Grande do Sul. “Foi o discurso de um estadista depois de quatro anos de um paspalho”, disse, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro. No #MesaDoMeio, ela afirma que o texto de Lula foi feito para mostrar que “o Brasil está voltando”, assim como as viagens que tem feito desde o início do novo mandato, para retomar a imagem positiva que o país tinha na geopolítica antes de Bolsonaro. “Hoje, o Brasil é importante e reafirma seu lugar no mundo como nação democrática depois do que passamos nos últimos anos.”

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Na avaliação do cientista político Christian Lynch, o discurso foi completamente progressista, focado nas diferentes desigualdades do mundo, tema caro à esquerda. “Foi uma espécie de resumo de plataforma da política externa brasileira.” O interessante é que as falas continuam as mesmas desde que Lula era presidente na década de 2000. O que mudou foi a recepção do planeta para os temas. “Tenho impressão de que o mundo ficou tão complicado de lá para cá, que o mesmo discurso passou a ter mais atualidade hoje do que tinha na época.”

De Brasília, a repórter especial Luciana Lima conta que o texto de abertura foi escrito por muitas mãos e consolidado pelo escritor José Rezende Jr., com trechos modificados até a véspera. “Foi um discurso medido palavra por palavra, sem omissões ou escorregões.” A participação foi vista como um marco da estratégia de governo para mostrar que o Brasil está de volta ao mundo multilateral.

O editor-chefe do Meio, Pedro Doria, avalia que o discurso de Lula foi diferente do que tem sido apresentado nos foros internacionais, como uma ideia de soma zero, no qual os ricos ganham enquanto os pobres perdem. Ao mesmo tempo, o presidente brasileiro demonstra boa vontade para falar com o ucraniano Volodymyr Zelenski, sem pender para algum tipo de proteção do presidente russo, Vladimir Putin. “Não houve passada de mão na Rússia, o que gerou atritos com alguns parceiros [em outras ocasiões].” Pedro entende que as falas foram “politicamente corretas”, ao atacar problemas como fome e mudanças climáticas, e feitas para “não criarem atrito”.

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