Economia está melhor, mas reflexo não chega a preço dos alimentos

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O governo Lula está se saindo um pouco diferente do que se esperava, principalmente na economia. É o que avalia o jornalista Ricardo Rangel sobre o comando de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda. A capacidade dele foi questionada por bolsonaristas, que o tinham como “petista xiita”, mas que já tinha experiência como prefeito “e sabe que não pode gastar demais”. Apesar da queda da inflação, ressalta, no programa #MesaDoMeio, ainda não se pode sentir a diferença nos preços dos alimentos, mostrando que o problema não está resolvido.

A colunista Mariliz Pereira Jorge acredita que a imagem de Haddad como pária na pasta econômica tenha origem nas eleições de 2022, quando aceitou ser candidato ao governo paulista, sem muita contestação ou resistência a Lula. “Acho que a imagem dele saiu enfraquecida, como um cara com menos poder, um político menos influente e incapaz de assumir esse desafio, que é esse ministério.”

Mas não é somente a economia que está diferente. Para o editor-chefe do Meio, Pedro Doria, Lula está fazendo um governo mais ideológico do que os dois primeiros, decidido a seguir mais o que acredita. Segundo ele, a política internacional do presidente se explica pelo antiamericanismo, no qual, “a maneira de o Brasil conseguir se impor no mundo está diretamente relacionada a enfraquecer a influência americana”.

Para Pedro, o problema do PT com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não é por ela poder ser uma candidata viável nas próximas eleições presidenciais, mas porque “ela quer manter a floresta de pé”, contra uma visão desenvolvimentista de que a sustentabilidade e o meio ambiente devem ficar em segundo plano, em detrimento da economia nacional.

Em Brasília, o cargo de ministra do Turismo continua com Daniela Carneiro (UB-RJ), mas a repórter especial do Meio Luciana Lima conta que isso pode durar pouco. O nome do deputado federal Celso Sabino (UB-PA), ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), continua vivo como seu substituto. “O adiamento da troca por parte do Planalto foi visto como sinal de que o governo continua a negociar”, explica. A ideia seria tentar angariar mais compromissos de votos no Congresso pelo partido, mas a substituição, apesar de esperada, deve ser insuficiente para acalmar as relações entre o União Brasil e o governo. Seria preciso também entregar a Embratur, hoje comandada por Marcelo Freixo, aliado do presidente, e os Correios, presidido por Fabiano Silva Santos, próximo ao PT.

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