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Suspeitas de Lula e do governo envolvem Gabriela Hardt, juíza aliada de Moro, que autorizou operação contra PCC

De Brasília

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A desconfiança expressada nesta quinta-feira (23/3) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre uma possível “armação” do senador Sergio Moro (UB-PR) reflete um pensamento unânime entre os ministros que o cercam no Palácio do Planalto e na Esplanada. As suspeitas referem-se principalmente à juíza Gabriela Hardt, substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, e que assumiu força-tarefa da Lava Jato em 2018, quando Moro deixou seu posto de coordenador da operação para atender ao convite do ex-presidente Jair Bolsonaro para ser seu ministro da Justiça, cargo que acabou assumindo em 2019.

A principal suspeita dos representantes do governo refere-se ao “timming” dos mandados de Hardt que resultaram na prisão de nove suspeitos da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação Sequaz foi deflagrada na terça-feira (21/3), após a fala infeliz de Lula, em entrevista ao site Brasil247, na qual ele conta que, quando estava preso em Curitiba, só pensava em “foder esse Moro”, juiz que o condenou à prisão e depois foi condenado por parcialidade. Veja os mandatos expedidos por Hardt no fim da reportagem.

Outra parte da desconfiança é depositada sobre a maneira com que a operação foi divulgada, com foco principal em Moro, sendo que ele, sua mulher, Rosângela Moro (UB-SP), e os dois filhos, não eram os únicos alvos do plano do PCC. Ou seja, o que seria uma operação contra o PCC virou uma operação para desmantelar um plano contra Moro.

Uma reportagem do Estadão mostrou que também estavam na mira dos “decretos” do PCC o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ex-secretário da Administração Penitenciária Lourival Gomes, o deputado federal Coronel Telhada (PP-SP), o diretor de presídios Roberto Medina, além do promotor Lincoln Gakiya.

Um interlocutor do Planalto disse que a desconfiança de Lula nada tem a ver com o trabalho feito pela Polícia Federal, que foi considerado “impecável”.

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