Moraes trucou presidente do PL sobre resultado das eleições, avalia Mariliz Pereira Jorge

Receba as notícias mais importantes no seu e-mail

Assine agora. É grátis.

PUBLICIDADE

Após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, cobrar do PL os dados do primeiro turno para analisar ação do partido questionando o resultado das eleições, a colunista do Meio Mariliz Pereira Jorge avalia que a decisão do magistrado foi um trucada contra Valdemar Costa Neto, presidente da legenda, que ficou em uma situação complicada, ao ter de invalidar a votação de deputados de seu próprio partido. “Esses deputados vão avalisar essa loucura toda que está sendo feita por causa do Bolsonaro?”, questiona, ao considerar muito difícil uma resposta afirmativa por parte dos integrantes do PL. Em conversa durante o programa #MedaDoMeio, ela chamou de “vagabundagem” o desaparecimento de Bolsonaro, que não comparece ao trabalho desde que perdeu as eleições e ainda pressiona o presidente de seu partido para manter uma narrativa golpista sobre as urnas, inflamando sua base pelo país.

O editor-chefe do Meio, Pedro Doria, acredita que Lula assumirá a presidência normalmente em 1° de janeiro, mas ressalta que ainda poderá haver um episódio semelhante ao ocorrido no Capitólio, como a invasão ao Congresso ou uma confusão violenta em algumas partes do país. Em 6 de janeiro de 2021, apoiadores de Donald Trump invadiram o Congresso americano com o intuito de impedir que o então presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, fosse reconhecido pelo parlamento. Independentemente do nível de consciência que os seguidores bolsonaristas tenham do que estão fazendo no Brasil, Pedro classifica como “fascistas” os que fazem parte dos atos antidemocráticos. “A gente precisa cada vez mais usar os termos adequados para deixar sublinhado que essa é uma linha da qual a civilização não passa”.

Para o cientista político Christian Lynch, desde a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, estabeleceu-se na política brasileira a falta de distinção entre campanha eleitoral e o governo em si, que se tornou um elemento populista demagógico para manter o público constantemente mobilizado. Ele ressalta a importância de punir os atos golpistas para retomar a normalidade democrática, que tem sido confundida pela extrema direita com o ambiente desregulado das redes sociais, gerando atos violentos. “Não é porque não vai ter golpe, que não morre gente”, ressalta, ao lembrar dos recentes atos violentos de golpistas que causaram o homicídio de pessoas.

Para garantir que o processo eleitoral fosse respeitado, Pedro Doria lembra o papel desempenhado pelo TSE, a quem se deve a manutenção democrática no país. “O que o Tribunal Superior Eleitoral fez em 2022 foi fundamental para que a eleição tenha transcorrido com relativa tranquilidade”. Para Pedro, as idas e vindas do presidente do partido de Bolsonaro sobre a aceitação do resultado das urnas é uma tentativa de entender se conseguirá atrair os eleitores bolsonaristas a seu partido nos próximos anos.

Mariliz aposta no encolhimento político de Bolsonaro a partir de 2022, quando ele terá de passar a faixa presidencial. Boa parte de seus seguidores podem entender que ele é fraco, que não teve nenhum tipo de poder, abrindo espaço para outras lideranças, como o deputado eleito Ricardo Salles e a deputada Carla Zambelli. Para Lynch, esses seguidores acreditam que o silêncio do presidente pode ser entendido como alguém que está preparando um plano infalível para retomar o poder.

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.