Temer descarta hipótese de golpe no Brasil

Receba as notícias mais importantes no seu e-mail

Assine agora. É grátis.

PUBLICIDADE

“Golpe só se dá com o apoio das Forças Armadas. Se as forças armadas não estiverem para promover o golpe, como fizeram em 1964, você não tem golpe no país”, afirma o ex-presidente Michel Temer, em entrevista #MesaDoMeio. Para ele, caso houvesse uma insurgência, poderia ser acionada a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), dispositivo constitucional que permite às Forças Armadas agirem com poder de polícia até o estabelecimento da normalidade, por qualquer um dos Poderes. Na opinião de Temer, a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, que terminou com cinco mortes, não será replicada por aqui, porque o incidente nos Estados Unidos teria sido “a vacina para que não aconteça isso no Brasil”.

O ex-presidente afirma que pregou pela conciliação em um possível novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda no período de transição do atual governo Bolsonaro. Questionado se estaria disposto a ajudar nesse processo, ele disse que “se me chamarem para dar palpite, eu dou”, mas que “não vou me oferecer para fazer conciliação nacional”. Temer afirmou que teria dificuldade para dialogar no governo Lula porque o grupo petista prega a revogação de políticas realizadas em seu governo, como as reformas do teto de gastos, a trabalhista e a do novo Ensino Médio. “[Essa postura] destrói o [meu] governo, então eu fico numa situação delicadíssima, em relação a isso”. Ele se defendeu das acusações que recebe sobre sua participação no impeachment de Dilma Rousseff, afirmando que “não houve golpe em 2016, houve cumprimento do texto constitucional”, mas disse compreender as críticas que recebe sobre o tema.

A Carta Magna foi defendida pelo emedebista como norte da atuação política. “Toda e qualquer atuação estatal, e no particular da classe política, é obedecer rigorosamente a Constituição Federal”. Para Temer, “a vontade do povo está expressada neste documento, chamado Constituição”. Ele ainda comenta que o texto pode ser interpretado sempre que haja a necessidade de determinar com mais clareza pontos importantes para a sociedade, citando o Supremo Tribunal Federal, que permitiu o aborto de feto anencéfalo e reconheceu a união estável homoafetiva. Segundo ele, “não é a política que deve comandar a interpretação constitucional, mas é a interpretação constitucional que deve comandar a política”.

A liberdade de imprensa também foi lembrada pelo ex-presidente, ao dizer que “ela existe em função de um outro preceito constitucional, chamado liberdade de informação”. Na opinião de Michel Temer, essa liberdade é importante “porque ela traz a informação para o povo e está ancorada no texto constitucional”.

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.