Ciro erra estratégia de campanha e pode sair menor do que entrou, avalia o #MesaDoMeio

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A poucas semanas do primeiro turno das eleições, o candidato Ciro Gomes (PDT) mantém seu arsenal de críticas voltados aos líderes das pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Mas a estratégia não tem surtido efeito e o ex-governador do Ceará segue em terceiro lugar nas intenções de voto. No #MesaDoMeio desta semana, o cientista político Christian Lynch disse não entender bem a estratégia de Ciro. Com o constante tom beligerante, o candidato estaria perdido no plano de ganhar novos eleitores. “Ele não consegue se encontrar, nem como um Bolsonaro de esquerda, nem como um cara à direita de Lula”, afirma. A jornalista Mariliz Pereira Jorge lembra que os constantes ataques do ex-ministro têm prejudicado sua imagem política, e pode desgastá-lo ainda mais, até o fim da campanha. “A impressão que me dá é que ele vai sair dessa eleição menor que o Aécio Neves”, comenta. O editor-chefe do Meio Pedro Doria avalia que Ciro errou em escolher o marqueteiro João Santana em detrimento da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que havia ensaiado uma aproximação para uma possível chapa com o pedetista, antes de ver seu desafeto político embarcar na campanha.

Em uma entrevista recente, Jair Bolsonaro chegou a dizer que vai “passar a faixa”, caso não vença a eleição, mas Mariliz disse não acreditar na promessa. “É igual aquela fábula do escorpião. Ele até tenta, mas a gente sabe a índole, o caráter dele”. Para a jornalista, o discurso do presidente é uma estratégia para tentar conquistar o eleitor indeciso. Christian Lynch concorda, ao dizer que Bolsonaro deu um passo atrás “porque ele sabe que tem boa parte do eleitorado evangélico que não está votando nele, porque o que ele fez é absolutamente chocante”, se referindo à atuação do presidente durante a pandemia.

Durante a conversa do trio, Pedro Doria cita uma pesquisa da Quaest que mostra Lula como o candidato que deve receber a maior parcela de votos envergonhados na eleição presidencial. Na avaliação do jornalista, Lula não precisaria tirar muitos votos de Ciro, Tebet e dos envergonhados para vencer no primeiro turno, mas acredita em um resultado apertado. “Essa vai ser uma eleição que vai ter essa dose de surpresa. A gente vai ficar até a última hora de domingo esperando para saber se vai ter segundo turno.”

Apesar de não ter decolado uma candidatura da terceira via, Pedro Doria avalia ser positivo ter representantes de ideologias como o trabalhismo de Ciro Gomes, e o liberalismo representado por Simone Tebet. O cientista político Christian Lynch diz que se Tebet fosse uma empresa listada na bolsa de valores “eu compraria umas ações dela para mercados futuros”, ressaltando que a candidata encontrou seu lugar no espaço político, no centro do espectro ideológico. Para Mariliz, “ela vai ser um grande nome na próxima eleição, em 2026”.

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